Caros Lisboetas,
Têm sido dias corridos, a abertura da SUÍÇA trouxe uma azáfama inesperada à nossa querida Praça da Figueira. Tantas pessoas queridas que me cumprimentam, que tiram fotografias comigo. Então pensei: tenho de partilhar coisas boas com estas pessoas boas!
Venha, sente-se aqui comigo e embarque nesta viagem pelas curiosidades desta nossa Lisboa. Sabe, ser engraxador permitiu-me sentir esta Lisboa de uma maneira diferente, escutar os seus verdadeiros sons, cheirar os seus verdadeiros cheiros… ouvir histórias e aprender sobre Lisboa coisas que não se encontra em nenhum posto de turismo ou guia.
Veja-se por exemplo esta linda calçada que nos rodeia. A calçada portuguesa é um ícone desta nossa cidade, trabalhada e aplicada por hábeis artesãos há centenas de anos. Séculos! Cada pedra conta a história destes artesãos, que criaram uma paisagem rítmica com estas pedras singulares e deram à cidade uma luz única. Chamo-lhe o tempo sobre o tempo: Pois é, é que debaixo desta intemporal calçada portuguesa, encontramos ruínas de templos, banhos e ruas onde os romanos andaram. Lisboa já foi Roma!
Mas olhe lá que Lisboa não é só calçada e pedras bonitas, se escutarmos com atenção ainda ouvimos o fado a ecoar pelos becos de Lisboa, cantarolado ou a trote ou até mesmo em assobio. Essa música que nasce em pleno arco da Rua Augusta, nas vozes de marinheiros e conquistadores, traz-nos o amor, a perda e a saudade. Um abraço quente que Lisboa insiste em dar-nos quase que despercebidamente.
Tenho a certeza que ouviu falar do terramoto de 1755, que mudou a nossa Lisboa por completo. A reconstrução deste centro de Lisboa foi pensada para criar maior resiliência à cidade e torná-la imponente. Valente Marquês de Pombal! Mas e do Beco das Cruzes? Ouviu falar? Se gosta de um bom mistério ou calafrio, visite este beco em Alfama. Diz-se amaldiçoado pelas vítimas de um duplo homicídio… Eu cá não acredito nessas histórias, mas é divertido ver as pessoas melindradas nesse beco.
Isto é bom é no fim do dia. Os turistas voltam para os seus hotéis, as ruas ficam vazias, quase que consigo escutar os passos pela calçada de antigos mercadores, vendedores de especiarias, poetas… Olhe, ande por aí, escute os sussurros desta cidade, deixe a sua história e volte sempre para nos contar as suas aventuras por Lisboa. De caminho, claro está, coma um bolinho na nossa querida Pastelaria Suíça.